PREFÁCIO

 

A minha melhor poesia é aquela que nunca escrevi

e que talvez nunca escreverei...

Morrerá improfícua...

Como uma lágrima seca... dentro de mim.


                                                                De Hyppólito

 

sábado, 29 de julho de 2017



Asas de Cera



Qual será o sentido oculto neste labirinto?
Para onde irá o homem,
Aprisionado em seu próprio instinto?

Aonde achará a saída desta prisão,
Com o pensamento ofuscado
Pelo sentimento e pela emoção?

“Asas de cera não vão, no céu, te sustentar,
Há um mar imenso e ciumento a te mirar...”

Seriam essas asas um meio perfeito de elevação?
Que “Dédalo” hediondo arquitetou para ti esta prisão?
Dando-te asas de cera para fugir de meandros vis,
Calabouços frios, enigmáticos e sutis?

Perdeste em afetividades a tua mera lucidez,
Elevando teus propósitos à pura insensatez,
Em tua insanidade, quiseste o céu do mundo,
E o inferno foi se abrindo mais profundo...

“Asas de cera não vão, no céu, te sustentar,
Há um imenso deserto a te atrair, a te chamar...”

Teu intelecto é o “Dédalo” construtor desta prisão,
Deu-te para dela fugir, as inúteis asas da ilusão
Que a alma humana, eternamente, vivem a elevar,
A amplidões impossíveis de se alcançar...

“Asas de cera não vão, no céu, te sustentar,
Há um imenso pântano, hediondo e tenso,
Silenciosamente negro... a te atrair.. a te aguardar...”



2 comentários:

LEONARDO SILVA disse...

Excelente texto 👽👽

De Hyppólito (Elsio Poeta) disse...

Que bom que vc gostou...
Obrigado pelo comentário.