Do livro: Contos de Vidas que não Vivi
A imagem de meu Pai
Me lembro da velha
casa em que morei,
A infância ali
transcorreu sem dores.
Era uma casa
esquisita, cheia (aos meus olhos de criança),
De lugares escondidos
num aranhol de corredores.
À noite, antes de ir
dormir,
Sempre via no final de
um longo corredor,
A imagem de meu Pai
sentado à mesa da sala,
A ler, a escrever e
por muitas vezes...
A olhar para o
nada...
O tempo passou...
A casa foi embora...
Com seus corredores
empoeirados,
Levando junto a imagem de meu pai
também...
Mas a lembrança da
corporatura de meu velho,
Sentando e meditando,
no final do corredor,
Permanece em mim até
os dias de hoje.
Caminho por este
mundo,
(Que para mim tornou-se
um claustro)
Cheio de dúvidas e de
temores,
Procurando a imagem enigmática
de meu Pai,
No final destes
longos e intermináveis
Corredores...
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